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terça-feira, 14 de maio de 2013

Estou de dieta, o que comer?




               Problema frequente, fala a verdade? O fato é que é algo que nos deixa na dúvida: o que comer, onde comer, o que pedir... Mas essa é mais uma dica rápida, raciocine assim: se você está com fome é porque o ponto limite de reserva de nutrientes do seu organismo foi atingido, logo, você absolutamente não tem mais de onde tirar energia para continuar seu processo de síntese de proteínas, nem mesmo manter sua função normal orgânica. Nessa situação o organismo entre num "stand-by" do desenvolvimento muscular e começa a se desfazer do lastro energético mais intenso, o músculo.
Passar fome frequente = Perder músculos frequentemente

               Assim que o nosso limite de estoque de energia é atingido, começa a acontecer uma situação chamada gliconeogênese, onde a musculatura do corpo é utilizada como lastro energético, ou seja, as proteínas que compõe os músculos começam a ser quebradas e transformadas em proteínas que possam ser utilizadas como forma de energia, logo o músculo é consumido num momento de necessidade metabólica.

              Para o gerenciamento energético do organismo este mecanismo protetor é muito interessante porque ao mesmo tempo que obtém energia, ele acaba com o grande gastão de energia do corpo humano: a massa muscular. Se você parar para pensar que 40 a 45% do nosso peso é massa muscular, pode perceber que deve ser um gasto significativo manter tudo isso nutrido e oxigenado. Para nós, que gostamos de desenvolvimento físico, é um desastre, porque além de você não desenvolver sua massa muscular, você acaba perdendo a que tem ganho recentemente e ainda deixa de ganhar o que poderia até seu corpo se estabilizar novamente. Quem passa fome e acha que faz dieta pode ter certeza de que isso não é dieta, é privação alimentar. Músculo bem desenvolvido custa nutriente certo na dose certa, na hora certa.

               Ande sempre com alimentos, de preferência sem açúcar para não exitar mais ainda o processo desequilibrando mais sua secreção de insulina. Para pessoas com vidas atribuladas sempre aconselho a andar com uma barrinha de proteína na mala ou no bolso e um whey no banco de traz do carro junto com a mala de ginastica. Três razoes para tal cuidado:

               1) A barrinha serve como um aporte de carboidratos de índice glicêmico adequado que vão ajudar a nutrir o corpo enquanto a proteína inibe o reflexo da fome além de fornecer substratos para a manutenção da síntese de proteinas. 2) O shake de proteína no carro é uma refeição de absorção ultra rápida, que vai fornecer ao seu organismo nutrientes valorosos num curto prazo de absorção. 3) Por melhor que seja a refeição que você possa fazer naquele momento, a chance de você comer mais do que deve por estar com fome é muito grande e,  ainda, o tempo de absorção se prolonga não resolvendo seu problema metabólico, e se você estiver na correria de verdade, vai sentir aqueles sintomas de uma refeição muito repleta, que fazem parte do que chamamos de alcalose pós-prandial: sonolência, cansaço, falta de disposição e atenção.


PAULO CAVALCANTE MUZY
Médico pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp
Especialista em Fisiologia do Exercício pelo CEFE/Unifesp
Especialista em Artroscopia e Traumatologia do Exercício pela PUC Campinas 
CRM-SP: 115.573

Originalmente publicado no blog "superperformance".

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