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domingo, 12 de maio de 2013

Dor muscular


               Todo mundo que treina tem... e quem não treina também! Pois bem, a grande tendência é ouvir de um médico que a dor é por causa dos exercícios se você é do tipo que treina, ou ainda que é por falta de exercícios se você é do tipo que não treina, mas e daí? Quem está com a razão e que lógica maluca é essa que faz com que o mesmo problema tenha duas causas antagônicas? Aqui vamos tratar de quem treina, pelos motivos deste blog ser orientado para à pratica esportiva, então vamos fazer algumas separações:

1. Por que os médicos falam que a dor é por causa do treino, para quem treina?

- Porque pode haver um excesso de treinamento que não seja suficiente para dar um evento agudo como num trauma, mas através de sucessivos estímulos lesivos há como resultante uma lesão cujo sintoma é dor.
- Porque pode ter havido traumas de baixa intensidade que na hora do mesmo não tenha havido um estímulo doloroso tão grande, mas que devido à produção de mediadores inflamatórios consequentes à lesão, esta dor apareça de forma tardia e relacionada ao trauma, por mais bobo que este possa parecer.
- Porque excessos de empolgação podem causar um aumento na intensidade do treinamento, e isto pode gerar uma síndrome da dor tardia pós exercício, que inicia entre 12 e 24 h depois do estímulo e tende a se intensificar entre 24 a 48 h de evolução, com resolução média entre 4 e 5 dias.
- Porque pode haver algum desequilíbrio biomecânico que sobrecarrega um grupo muscular específico que pode não ser aquele treinado, e torna difícil para o paciente relacionar o evento do treinamento com o início ou piora da dor.

               Cuidados: Dor muscular e dor articular são entidades diferentes, sendo que a segunda é algo mais preocupante do que a primeira, portanto seja preciso na sua descrição do seu problema ao seu treinador, fisioterapeuta ou médico.

               A) Tipo da dor: queimação, pontada, aperto, pulsátil, cólica, surda. B) Toda dor tem um início, mesmo que leve e em geral, nós médicos queremos saber quando ela iniciou e quando piorou. C) A intensidade da dor. D) Queremos saber tambem fatores que fazem esta dor piorar. E) Os fatores que fazem esta melhorar. F) O sítio exato da dor. G) Se esta dor se espalha (irradia) para outros locais. H) Se a dor é perene ou intermitente. I) O que serve de gatilho para esta dor. J) Se há fatores que acompanham a dor como falta de sensibilidade, choques, formigamentos.

               É claro que você não precisa decorar tudo isso quando vai a um médico, mas pode ter certeza que ele vai te perguntar, então preste atenção em você: você é o nosso melhor e único referencial para tratá-lo. E lembre-se que dor é algo pessoal, cada pessoa tem seu próprio limiar de dor e que é importante você, além do problema, tratar a dor porque esta altera sua produtividade, seu humor e interfere na sua capacidade de restabelecimento. É um erro tentarmos resistir a dor, que uma vez sentida deve ser investigada e tratada em vez suportada com a mesma importância que tratamos as causas desta dor.

PAULO CAVALCANTE MUZY
Médico pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp
Especialista em Fisiologia do Exercício pelo CEFE/Unifesp
Especialista em Artroscopia e Traumatologia do Exercício pela PUC Campinas 
CRM-SP: 115.573

Originalmente publicado no blog "superperformance".

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